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Nara (1964)

Opinião de Nara

1964

músicas / letras (clique nas músicas para ver as letras)

  1. Opinião (Zé Keti)

    Podem me prender, podem me bater
    Podem até deixar-me sem comer
    Que eu não mudo de opinião.
    Daqui do morro eu não saio não, daqui do morro eu não saio não.

    Se não tem água, eu furo um poço
    Se não tem carne, eu compro um osso e ponho na sopa
    E deixo andar, deixo andar

    Fale de mim quem quiser falar
    Aqui eu não pago aluguel
    Se eu morrer amanhã, seu doutor
    Estou pertinho do céu

    Podem me prender, podem me bater
    Podem até deixar-me sem comer
    Que eu não mudo de opinião

    Daqui do morro eu não saio não, daqui do morro eu não saio não...

  2. Acender as velas (Zé Keti)

    Acender as velas já é profissão
    Quando não tem samba, tem desilusão

    É mais um coração que deixa de bater
    Um anjo vai pro céu
    Deus me perdoe, mas vou dizer (2x)

    O doutor chegou tarde demais
    Porque no morro não tem automóvel pra subir
    Não tem telefone pra chamar
    E não tem beleza pra se ver...
    E a gente morre sem querer morrer

    Acender as velas já é profissão
    Quando não tem samba, tem desilusão

    E a gente morre sem querer morrer, e a gente morre sem querer morrer...

  3. Derradeira primavera (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

    Põe a mão na minha mão
    Só nos resta uma canção
    Vamos, volta, o mais é dor
    Ouve só uma vez mais
    A última vez, a última voz
    A voz de um trovador

    Fecha os olhos devagar
    Vem e chora comigo
    O tempo que o amor não nos deu
    Toda a infinita espera
    O que não foi só teu e meu
    Nessa derradeira primavera

  4. Birimbau (Ritmo de capoeira) (João Mello e Clodoaldo Brito)

    Zum zum zum
    Capoeira mata um

    Santo Antonio pequenino
    É meu santo protetor
    Cabra você não me assombra
    Na capoeira sou doutor

    Zum zum zum
    Capoeira mata um

    Bate o pandeiro caboclo
    No jogo do berimbau
    Berimba é pau é pau
    De fazer berimbau
    É pau.

    Zum zum zum
    Capoeira mata um

  5. Sina de caboclo (João do Vale e J.B. de Aquino)

    Mas plantar prá dividir
    Não faço mais isso, não.
    Eu sou um pobre caboclo,
    Ganho a vida na enxada.
    O que eu colho é dividido
    Com quem não plantou nada.
    Se assim continuar
    vou deixar o meu sertão,
    mesmos os olhos cheios d'água
    e com dor no coração.
    Vou pro Rio carregar massas
    pros pedreiros em construção.
    Deus até tá ajudando
    tá chovendo no sertão
    Mas plantar prá dividir
    Não faço mais isso, não.

    Quer ver eu bater enxada no chão,
    com força, coragem , com satisfação ?
    e só me dar terra prá ver como é
    eu planto feijão, arroz e café
    vai ser bom prá mim e bom pró doutor
    eu mando feijão, ele manda tractor.
    vocês vai ver o que é produção
    modéstia á parte, eu bato no peito
    eu sou bom lavrador !
    Mas plantar prá dividir
    Não faço mais isso, não.

  6. Deixa (Baden Powell e Vinícius de Moraes)

    Deixa
    Fale quem quiser falar, meu bem
    Deixa
    Deixe o coração falar também
    Porque ele tem razão demais quando se queixa
    Então a gente deixa, deixa , deixa
    Deixa
    Ninguém vive mais do que uma vez
    Deixa
    Diz que sim pra não dizer talvez
    Deixa
    A paixão também existe
    Deixa
    Não me deixes ficar triste

  7. Esse mundo é meu (Sérgio Ricardo e Ruy Guerra)

    Esse mundo é meu
    Esse mundo é meu
    Esse mundo é meu
    Esse mundo é meu

    Fui escravo no reino
    E sou
    Escravo no mundo em que estou
    Mas acorrentado ninguém pode
    Amar

    Saravá ogum
    Mandinga da gente continua
    Cadê o despacho pra acabar
    Santo guerreiro da floresta
    Se você não vem eu mesmo vou
    Brigar

    Esse mundo é meu
    Esse mundo é meu

  8. Labareda (Baden Powell e Vinícius de Moraes)

    Oh, labareda te encostou
    Lá vai, lá vai, labareda

    Oh, labareda te queimou
    Lá vai, lá vai, labareda

    Oh, labareda te matou
    Lá vai, lá vai, labareda

    Oh te matou de tanto amor
    Lá vai, lá vai, labareda

    Labareda
    O teu nome é mulher
    Quem te quer
    Quer perder o coração
    Rosa ardente
    Bailarina da ilusão
    Mata a gente
    Mata de paixão

    Labareda
    Fogo que parece o amor
    Tua dança
    É a chama de uma flor
    Labareda
    Quem te vê assim dançar
    Em teus braços
    Logo quer queimar

    Oh, labareda te encostou
    Lá vai, lá vai, labareda

    Oh, labareda te matou
    Lá vai, lá vai, labareda

    Te matou de tanto amor
    Lá vai, lá vai, labareda

  9. Em tempo de adeus (Edu Lobo e Ruy Guerra)

    Quando eu morrer
    e é tão triste a gente ir (BIS)

    Ter que deixar tanta esperança
    tanta gente a quem amar
    quem sabe alguém
    pra me olhar

    Quando eu morrer
    e é tão triste a gente ir (BIS)

    Ah, se eu pudesse
    ter te encontrado
    a dor da morte era assim igual
    mas mil vidas dadas
    uma só guardar
    para viver sempre
    toda sempre ao lado teu

    Quando eu morrer
    e é tão triste a gente ir (BIS)

    Alguém escreva para mim
    numa primavera qualquer
    a palavra liberdade
    junto ao meu desespero
    de acabar

    Quando eu morrer
    e é tão triste a gente ir (BIS)

  10. Chegança (Edu Lobo e Oduvaldo Vianna Filho)

    Estamos chegando daqui e dali
    E de todo lugar que se tem pra partir
    Estamos chegando daqui e dali
    E de todo lugar que se tem pra partir

    Trazendo na chegança
    Foice velha, mulher nova
    E uma quadra de esperança
    E uma quadra de esperança

    Ah, se viver fosse chegar
    Ah, se viver fosse chegar
    Chegar sem parar
    Parar pra casar
    Casar os filhos e esoalhar
    Por um mundo
    Num tal de rodar por um mundo
    Num tal de rodar
    Trazendo na chegança
    Foice velha, mulher nova
    E uma quadra de esperança
    E uma quadra de esperança

  11. Na roda da capoeira (Folclore Baiano)

    Menino quem foi teu mestre?
    Menino quem foi teu mestre?
    Meu mestre foi Salomão
    A ele devo dinheiro,
    Saber e obrigação.
    O segredo de são Cosme
    Quem sabe é são Damião.
    Água de beber camará,
    Água de beber camará, faca de cortar olê
    Faca de cortar camará, ferro de engomar olê,
    Ferro de engomar camará, perna de brigar camará

  12. Mal-me-quer (Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar))

    Eu perguntei a um mal-me-quer
    Se meu bem ainda me quer
    Ela então me respondeu que não
    Chorei, mas depois eu me lembrei
    Que a flor também é uma mulher
    Que nunca teve coração

    A flor mulher iludiu meu coração
    O meu amor
    É uma flor ainda em botão
    O teu olhar
    Diz que ela me quer bem
    O seu amor
    É só meu
    De mais ninguém...

ficha técnica

Gravadora: Philips

Produtor: Armando Pitigliani

Técnico de gravação: Rogério Gauss e Joaquim Figueira

Engenheiro de som: Sylvio Rabello

Foto e layout de capa: Jânio de Freitas

Piano: Erlon Chaves

Baixo: Tião Neto

Bateria: Edison Machado